.: INSUSTENTÁVEL: Delator de Temer cita “ligações telefônicas” como prova e Marcelo Odebrecht confirma tudo

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

INSUSTENTÁVEL: Delator de Temer cita “ligações telefônicas” como prova e Marcelo Odebrecht confirma tudo


O Planalto está apreensivo com um ponto do anexo de delação do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo. No capítulo em que narra suposto pedido de dinheiro pelo presidente Michel Temer e a entrega de valores no escritório de José Yunes, assessor da Presidência, Melo diz que seu relato acompanha “elementos relevantes” de prova, como “ligações telefônicas”. Ressalta que “os dados de corroboração são fortes e permitem que a investigação vá bem além daquilo que o simples acesso ao sistema (de pagamentos) da empreiteira pode permitir”.Marcelo Odebrecht confirma à Lava Jato versão de delator sobre Temer
Ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht confirmou
 à Lava Jato a versão 
do ex-executivo da empreiteira Cláudio Melo Filho sobre pagamento de R$ 10
 milhões ao PMDB feito a pedido do presidente Michel Temer.
Segundo a Folha apurou, Marcelo, que fechou acordo de delação premiada, 
depôs por pouco mais de três horas na segunda (12) em Curitiba. De acordo
com procuradores, as oitivas seguiram terça (13) e devem durar ao menos três dias.
Marcelo respaldou o episódio do jantar no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, 
com a presença de Temer, então vice-presidente, e do hoje ministro da Casa Civil,
 Eliseu Padilha, no qual, segundo os delatores, foi acertado o pagamento de R$ 10 milhões
 para a campanha peemedebista.
Marcelo não deu detalhes sobre a operacionalização do dinheiro que, de acordo com
 Melo Filho, foi feita por Padilha. Segundo o ex-executivo, o hoje ministro do governo
 pediu que parte dos recursos fosse entregue no escritório de José Yunes, assessor 
e amigo de Temer, em São Paulo.
Temer, Padilha e Yunes negam ter praticado qualquer tipo de irregularidade e a
 empreiteira não se manifesta sobre o teor dos acordos.
O patriarca da empresa, Emílio Odebrecht, também iniciou seu depoimento no
 acordo de colaboração. Ele foi à sede da Procuradoria-Geral da República em
 Brasília nesta terça-feira (13).
Assim como Marcelo, Emílio deve detalhar a relação da empreiteira com os 
ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, do PT.
Como revelou a Folha, Emílio vai esmiuçar a construção da Arena Corinthians,
 que, segundo ele, foi uma espécie de presente a Lula, torcedor do time paulista.
Marcelo deve contar como pediu à ex-presidente Dilma que intercedesse para que
 a Caixa Econômica ajudasse no financiamento da obra –os dois teriam discutido o 
assunto numa visita ao estádio.
Os relatos apresentados aos procuradores informam que Marcelo era o responsável
 por tratar dos assuntos da empreiteira com a alta cúpula do Executivo, ou seja, a 
Presidência da República.
Já Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, fazia a
 ponte com o Legislativo. Melo, aliás, presta depoimento também desde segunda aos 
procuradores em Brasília.
Pessoas com acesso às investigações afirmam que o depoimento de Marcelo mira 
principalmente os ex-presidentes petistas e funciona como um “guarda-chuva” na
 confirmação de versões dos demais executivos.
Ele corrobora ainda a versão do pagamento de sete mesadas no valor de R$ 50 mil 
a Anderson Dornelles, um dos principais assessores de Dilma, também relatada por 
Melo Filho. O ex-auxiliar nega.
Após a conclusão dos depoimentos, o ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo 
Tribunal Federal), decide por homologar ou não os acordos.
FORMALIDADE
Preso em Curitiba desde 19 de junho de 2015, Marcelo substituiu o usual traje 
esportivo que usa na cela por blazer ao prestar depoimento. Sua pena será de dez
 anos, sendo mais um em regime fechado.
Como as oitivas são gravadas em vídeo, o ex-executivo relatou a pessoas próximas 
que queria reaparecer de maneira mais sóbria.
Segundo relatos de quem tem contato com o herdeiro da Odebrecht na carceragem,
após a assinatura do acordo de colaboração, Marcelo preferiu discrição e se limitou a 
dizer que estava “tudo fechado” com os procuradores.
No fim de semana, mostrou irritação aos colegas de carceragem ao saber do 
vazamento do conteúdo da delação de Melo, dizendo que não sabia de todo o
 escopo das declarações do ex-vice-presidente.
Fonte: Coluna do Estadão



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